16 de Maio - 23 horas
Antes de mais este post começou muito depois do desejado, mas mais vale tarde que nunca.
Passo a explicar, embora seja um evento montado com muita pompa e circunstância, começou logo por revelar falhas e algumas deles, no mínimo, stressantes.
O envelope que continha as "credenciais" para os elementos da equipa, apenas tinha para os 12 pilotos sendo a comitiva composta por 13 elementos. A pulseira para o 13º elemento seria obtida mais tarde. Entre o passar de responsabilidade de "responsável" em "responsável" eram 9 horas da noite e ainda não havia responsável à vista.
Os treinos que, supostamente, começariam às 11:30 começaram eram 15 horas.
De uma duração de 90 minutos de treinos, passou para 60 minutos, o que dava sensivelmente 5 minutos de treinos para cada elemento, ou seja, 2 ou 3 voltas lançadas.
Há vários casos de pilotos que andaram 3 voltas atrás do pace kart sem fazer uma única volta em condições. O pace kart estava constantemente a entrar. A chuva e os vários despistes assim o obrigavam.
Obtivemos o 4º melhor tempo para a largada.
Entre os treinos e a corrida, houve tempo para assistir a uma apresentação de jovens pilotos de karts, um sessão de X30´s onde o piloto de Fafe, Ezequiel Costa, também participante da 24 Horas, brilhou arrancando aplausos em todas as curvas.
A corrida finalmente começou por volta da 18 horas.
18h - António Dias abriu as hostes. Houve azar com os pace karts que entraram duas vezes em pista no seu turno e sempre à sua frente. Isso possibilitou que os 4 karts que seguiam à sua frente nessa altura, se colassem aos últimos do pelotão, ganhando quase uma volta. E isto aconteceu 2 vezes.
Entretanto começa a chuver.
Várias mudanças de pilotos muito perigosas dado o local escolhido para as trocas.
19h - Rebelião dos chefes de equipa provoca mudança de local de trocas de pilotos. Algumas equipas viriam mesmo a abandonar a prova antes de esta terminar alegando falta de condições de segurança e como sinal de protesto.
19h 15m - Cuxixo mais ou menos oficial: o local foi o escolhido devido às fotografias ficarem mais bonitas.
Caímos para 10º.
0h 00m - Uma excelente recuperação coloca-nos no 5º lugar da grelha.
1h 00m - Prova interrompida. Motivo: Falta de segurança dos pilotos. Os sucessivos acidentes entre pilotos e contra as protecções da pista, levaram a Direcção de prova a suspender o evento por 10 min. para a reconstrução das protecções que delimitam a pista.
1h 45m - Re-Início da corrida. Apesar de uma saída de pista na largada, o Rui Alves alcança o 4º lugar na classificação.
1h 50m - Estamos em 6º na classificação.
A chuva estava a correr de feição para o nosso lado.
Às 4 horas da madrugada estávamos em 4º.
Às 9 da manhã estavamos em 2º.
Aqui começaram os problemas.
Primeiro mecânicos: a corrente começou a ganhar folga e o flexível do cano de escape abriu.
Optámos por fazer uma paragem preventiva para evitar males maiores e apertar a corrente e substituir o flexível e com isso perdemos algumas voltas.
A completa ausência de penalizações até este ponto da corrida criava uma autêntica selva na pista. Os toques maldosos eram constantes. As bandeiras amarelas era levantadas sem qualquer nexo. O Pace Kart entrava em pista e mantinha-se por voltas intermináveis sem motivo aparente. Sem qualquer sinal da parte da Direcção de prova que iriam tomar as rédeas da prova.
Devido a esta "selva" perdemos o Manuel Pereira, lesionado nas costas, ficando a equipa reduzida a 11 elementos. E ainda outros dois elementos foram selvaticamente postos fora de pista sem qualquer reacção ou penalização dos comissários, directores de prova, organização ou quem quer que fosse.
Durante a manhã a fome deu origem à fartura no que respeita às penalizações. Muitas delas por culpa da selva existente até aí.
Nesta fase começou o desânimo entre as nossas hostes e o sentimento de desigualdade de tratamento de resto evidente.
Administrativamente caímos de 2º para 5º. Depois, e mais uma vez administrativamente, caímos para 7º. O Leandro Rodrigues foi o único punido por "excesso de velocidade", "colocar em causa a integridade física dos comissários que recolocavam os pneus no sítio devido" quando circulava num grupo de 4 karts. O Carlos Veloso foi acusado de passar com bandeiras amarelas, quando outra equipa, no mesmo turno, passou 4 outros karts do mesmo modo e recebeu apenas 2 punições, este facto foi amplamente falado junto dos monitores entre outras equipas. O Nuno Oliveira foi penalizado por "condução anti-desportiva" quando o que não faltou foi condução antidesportiva ao longo das 24 horas de prova. Alguém ouviu dizer "vamos estar atentos ao kart 19".
A mecância começa mais uma vez a ceder. Seguindo em andamento elevado, ao forçar o nosso andamento, o Rui Alves sofre um despiste violento por falta de travões. Esperou quase 10 minutos pela carrinha de caixa aberta que transportava os karts avariados. Entretanto começa a chuver. Chegado à oficina é acusado de não saber andar à chuva e que o kart só não travou por causa do piso molhado. Esqueceram-se que só começou a chuver depois do acidente.
Caímos para 13º, com uma muito ténue janela para o 10º lugar. Se, à partida, um lugar no top 10 seria uma boa classificação no meio deste grupo de equipas, depois de termos estado em 2º, o 10º lugar iria sempre saber a pouco.
A partir daqui a equipa desanimou.
Para azar dos azares, quase no final das 24 horas, os travões voltaram a ceder e desta vez em piso seco. Aqui a desculpa do piso molhado já não serviu de argumento. A resposta do mecânico depois de "reparar" os travões foi "Já deve dar para acabar a corrida".
As 3 horas finais foram a tentativa de aproveitar a oportunidade de andar de kart sem compromissos posicionais num circuito citadino com um desenho fantástico, com muita gente a assistir, com excelentes karts, equilibrados, potentes, muito bom ambiente em todo o lado, massagens à borlix e acima de tudo uma entreajuda que merecia outro resultado final.
Terminámos em 14º.
O nosso muito obrigado a todos os presentes especialmente a duas pessoas, ao Manuel Rodrigues, grande director de box, que esteve desde as 6h 30m da manhã de sábado até ao final da prova no domingo, SEMPRE a trabalhar em prol da equipa, coordenando a dinâmica do grupo. Também ao repórter fotográfico Sérgio que garantiu a cobertura da nossa participação neste evento, dando mesmo assim uma grande ajuda à equipa mantendo-se, também ele, muito atento ao longo de todo o evento.